

Economia circular: Bioplásticos vs. plásticos negros

Até 2022, uma parte significativa dos plásticos usados – em alguns países mais de dois terços – será incinerada ou enviada para aterros, e apenas uma pequena parte será reciclada (30%). Neste contexto, é urgente encontrar materiais substitutos biodegradáveis para os plásticos negros que atualmente não podem ser recuperados pelas técnicas ópticas e de triagem tradicionais, mantendo as suas propriedades funcionais em aplicações industriais.
Neste contexto, a IRIS Technology apresentou no passado mês de julho, na SIMULTECH 2022, a sua investigação “Biodegradation prediction and modelling for decision support”, um modelo matemático de IA que permite prever a biodegradação de materiais naturais de origem alimentar candidatos a substituir compostos de carbono atualmente utilizados na indústria automóvel, eletrónica, sacos de plástico, entre outros.
O termo bioplástico é complexo e engloba materiais que provêm de fontes renováveis e materiais que são biodegradáveis. Embora muitos plásticos, em determinadas condições naturais ou artificiais, sejam degradáveis, nem todos são recuperáveis. Em particular, os plásticos pretos, devido ao seu pigmento ou cor, escapam aos sistemas tradicionais de infravermelhos utilizados na indústria de reciclagem para a sua separação.
O trabalho desenvolvido pela IRIS Technology em conjunto com uma dezena de entidades europeias insere-se no âmbito do projeto europeu BIOnTop, que visa desenvolver uma gama de bioplásticos e revestimentos complementares e validar a sua utilização em embalagens alimentares e de cuidados pessoais, determinando o seu impacto ambiental e a viabilidade económica de um projeto alargado de substituição na indústria.